sábado, 12 de junho de 2010

Reproduzimos documento do MEPR sobre cortes nas verbas da educação pública

Governo Banco-Mundial/Lula anuncia corte de R$1 bi na Educação:


Magnatas_do_ensino_privado_de_nada_podem_reclamar Em plena euforia pela realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, e em meio a mais uma bilionária campanha eleitoral, o governo do oportunista-mor Luis Inácio anunciou mais um fato que desmascara bem a que serve exatamente o gerenciamento do velho Estado pela “esquerda oportunista”: o corte de mais 1,2 bilhão no orçamento do Ministério da Educação para 2010, tornado público em 31 de maio último.

Diga-se de passagem, inclusive, que este já é o segundo corte na pasta desde o início do ano: logo após a aprovação do Orçamento da União pelo Congresso Nacional o governo já havia anunciado redução em relação ao estabelecido –o tradicional contingenciamento. No total, o orçamento do Ministério da Educação será R$2,34 bilhões menor que o valor aprovado pelo Congresso. O ministro demagógico Fernando Haddad, um dos mais escolados demagogos deste gerenciamento oportunista, logo correu a dizer que isso em nada compromete seus “projetos”...De fato, se a intenção é radicalizar ainda mais a proliferação do ensino privado e o processo de sucateamento das instituições públicas de ensino, pode-se dizer que não há nada de novo no front.

Não é desnecessário dizer que enquanto o MEC foi atingido com um segundo corte de verbas outros Ministérios, digamos assim, “estratégicos” (do ponto de vista dos monopólios que governam o país, claro), viram ocorrer o inverso: um incremento em seus recursos. Foi esse o caso dos Ministérios do Turismo, da Agricultura e dos Esportes. É evidente que um mínimo de raciocínio lógico nos permite compreender o porquê: o Ministério do Turismo e o dos Esportes estão em profunda relação um com o outro, visto que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são as meninas dos olhos dos empreiteiros, especuladores e governantes de plantão, oportunidade singular que representam tanto de lucros fabulosos quanto de que se cometam as mais bárbaras atrocidades contra a população pobre das grandes cidades. E o Ministério da Agricultura que, todos sabem, é a casa-grande dos escravocratas de nosso tempo, aonde se conjugam os interesses da claque latifundiária de velho e de novo tipo que, aliás, segue representando o principal setor da pauta de exportação do capitalismo burocrático brasileiro.

O que é ainda mais criminoso é que, quase ao mesmo tempo em que anuncia com uma mão o corte de mais de R$ 2 bilhões na educação em menos de seis meses, o sr.Luis Inácio assinou com a outra a doação, na prática, de R$1 bilhão para os tubarões do ensino privado. O que ocorre é que no ano passado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (cuja função inicial seria financiar a indústria nacional e que se transformou no maior capitalizador dos principais monopólios imperialistas instalados no País) liberou uma linha de financiamento, no valor de R$1 bilhão, para as universidades privadas. Tal linha de financiamento, oferecida com juros bem abaixo daqueles estipulados pelo Banco Central (que são os mais altos do mundo), terá duração de cinco anos e, segundo matéria divulgada pela Folha de São Paulo em agosto de 2009, teria como objetivo “ajudar as instituições para diminuir os efeitos da crise econômica”. Tal linha de financiamento, pode-se dizer, é verdadeira doação, visto que o dinheiro poderá ser usado pelos tubarões do ensino privado da maneira como quiserem, inclusive para pagamento de dívidas anteriores.

Trocando em miúdos: o corte anunciado em maio último equivale exatamente à doação ao ensino privado anunciada em agosto de 2009. Pode algo ser mais escandaloso do que isso?

Sim, pode. É a traição da UNE e da quadrilha que a dirige, que é verdadeira tropa de choque das medidas adotadas pelo imperialismo contra o ensino público brasileiro, em todos os seus níveis. Ora, não estão eles abocanhando um belo quinhão das migalhas que caem das mesas daqueles a quem servem? E, diga-se de passagem, do próprio orçamento de que dispõe efetivamente o MEC grande parte não chega a ser utilizado no ensino público, perdendo-se na imensa máquina de licitações e corrupção que caracteriza o velho Estado brasileiro, ou sendo aplicada abertamente no ensino privado, como no caso do PROUNI.

É necessário entender que a tarefa urgente dos estudantes brasileiros é seguir em permanente mobilização, uma vez que é claro que o desmonte do ensino público é uma política de Estado, teleguiada desde a metrópole ianque. Sem uma permanente luta, contra o gerente de plantão e, ao mesmo tempo, contra o oportunismo de todo tipo, não será possível liberar as imensas energias da juventude brasileira, no sentido de empreender maiores e mais radicalizadas jornadas de luta. E sem luta, muita luta, afinal de contas, não será possível alterar os sombrios rumos projetados para as escolas e universidades públicas nos próximos anos.


ABAIXO A CONTRA-REFORMA DO BANCO-MUNDIAL!
PREPARAR A GREVE GERAL!
REBELAR-SE É JUSTO!

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