sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Polícia de Cabral reprime protesto de profissionais da educação do Rio de Janeiro.

Desde o dia 04 de setembro, os trabalhadores em educação do Estado do Rio de Janeiro deflagraram uma combativa e vigorosa greve. Esta greve foi iniciada após o governo do estado ter proposto a incorporação do programa Nova Escola (gratificação dada aos profissionais de educação mediante certos critérios, mas que hoje corresponde a grande parte do salário destes profissionais cujo piso salarial é de R$ 584,10) em sete parcelas até 2015. O governo também apontou para a mudança do plano de carreira da categoria, conseguido a duras penas, que atualmente prevê o acréscimo de 12% ao salário a cada mudança de nível (o que ocorre de cinco em cinco anos), pretendendo diminuir este percentual para 7,5%.
Além disto, estes trabalhadores têm denunciado sistematicamente a situação caótica das escolas do estado, com salas superlotadas (turmas de até 50 alunos), falta de democracia nas escolas (diretores indicados), infraestrutura precária, e demais absurdos que são comuns nas escolas brasileiras.
No último dia 08 de setembro, os trabalhadores em educação do estado do Rio pararam a avenida 1º de março, uma das principais avenidas do centro da cidade, onde fica o palácio Tiradentes (sede da Assembléia Legislativa do Estado do Rio), para tentar pressionar os deputados estaduais a vetarem a proposta encaminhada pelo governador Sérgio Cabral, de incorporação do programa Nova Escola e da mudança no plano de carreira. Como sempre, esta polícia que tem se especializado em matar pobres e trabalhadores, usou da habitual truculência contra àqueles que ousam protestar.
Utilizando cassetetes, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo, a polícia tentou dispersar a multidão que ocupava a 1º de março. Entretanto, enfrentaram uma feroz resistência dos trabalhadores em educação. Um PM, que tentava prender um manifestante, se viu cercado pela multidão, que tentava impedir a prisão de um companheiro. Neste momento, sacou de uma pistola, apontando-a em direção aos manifestantes. O saldo da manifestação foi: 13 pessoas feridas, algumas com tiros de bala de borracha, e quatro detidas pela polícia.
Esta é mais uma prova de como o fascista Cabral e trata o povo trabalhador, esteja ele dentro das salas de aula ou nas favelas e bairros pobres do estado. A polícia que mais mata no Brasil (só entre 2007 e 2008 foram mais de 2 mil mortos), só não matou ninguém por obra do acaso. A foto e as imagens, que circularam em toda a imprensa carioca, do PM apontando a sua arma para um grupo de trabalhadores em educação, não nos deixa dúvida disto.
Ontem, dia 10 de setembro, os trabalhadores em educação fizeram mais uma manifestação, desta vez em frente ao Palácio Guanabara (sede do governo do estado), desta vez sem maiores incidentes. Após esta manifestação fizeram um assembléia na ABI (Associação Brasileira de Imprensa), que decidiu manter a greve até, pelo menos, a próxima terça.
O Cebraspo e o MOCLATE apóiam mais esta demonstração de combatividade dos profissionais de educação do Rio de Janeiro em luta pela melhora do ensino público no estado, repudia mais esta ação repressiva e violenta da Policia Militar do Rio de Janeiro, sob as ordens dos fascistas Cabral e Beltrame.
Exige também, o atendimento completo das reinvidicações dos trabalhadores em educação do estado, tão sacrificados, explorados e humilhados por sucessivas gestões do governo do estado do Rio.

CEBRASPO (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos)
MOCLATE (Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação)