sexta-feira, 25 de junho de 2010

Greve da educação em Goiânia

Os trabalhadores da educação do município de Goiânia estão realizando uma importante greve em defesa de seus direitos.

No dia 20 de maio foi decretado por unanimidade o início da greve. O Sindicato (SINTEGO) tentou realizar os mais diversos tipos de manobras para impedir o movimento grevista, mas não conseguiu. Essas artimanhas para evitar o início do movimento ocorreram devido à diretoria pertencer ao mesmo partido do Prefeito, o PT.

Os trabalhadores da educação do município de Goiânia estão revoltados com a situação de descaso com o ensino público. Os governos municipais sucatearam a educação municipal e impuseram um tremendo arrocho salarial aos trabalhadores. Faltam funcionários nas escolas, já que a prefeitura não manda substitutos para os funcionários administrativos, que ainda recebem abaixo do mínimo, sendo necessário complemento salarial para chegar nesse.

Os agentes educativos, que trabalham no CEMEI's, não possuem um plano de carreira e recebem um salário muito baixo, além de terem a obrigação de cuidar de uma grande quantidade de crianças em uma estrutura precária de trabalho.

Os professores cobram o piso nacional do magistério, que segundo a CNTE, é de R$ 1312,85. Como a maioria dos trabalhadores trabalha em uma jornada de 30 horas, a reivindicação é que esse valor seja pago para essa jornada de trabalho, o que deve ser a referência salarial para o professor em início de carreira e com diploma de magistério, que é conhecido por PI.

Foi diante de toda essa insatisfação que se iniciou o movimento grevista. Para evitar as sabotagens típicas do oportunismo da direção traidora e pelega do Sintego, os trabalhadores organizaram um comando de greve. Esse passou a realizar inúmeras atividades por toda a cidade, como panfletagens em terminais de ônibus, feiras, igrejas e outros, com o objetivo de informar a população os motivos da greve.

Mesmo assim, com toda a mobilização e indignação dos trabalhadores, a diretoria do SINTEGO continuou a tentar sabotar a greve, boicotando inúmeras atividades ou organizando os trabalhadores a realizar atividades burocráticas ou pacifistas, como doação de sangue ou visita em gabinetes dos vereadores. Para piorar, a diretoria convocou uma assembléia no dia 31 de maio para acabar com a greve, diante de uma indecente proposta da prefeitura petista para os trabalhadores. O comando de greve conseguiu se reunir antes e organizou a intervenção na assembléia, esclarecendo os trabalhadores das manobras do sindicato e da prefeitura e confrontando a diretoria pelega do sindicato. Tiveram que aceitar na marra a decisão da categoria e a greve continuou.

O comando de greve continuou a mobilização, realizando inúmeras atividades, como manifestação na visita da candidata Dilma à Goiânia, manifestação na visita do ministro Temporão à Goiânia, ocupação da Secretaria de Educação, serenata na casa do prefeito, entre inúmeras outras atividades. O movimento está sendo vitorioso, pois obrigou a todos os políticos, meios de comunicação e sociedade a discutirem sobre a educação pública em nossa cidade.

Como a prefeitura não apresentou nenhuma proposta para os trabalhadores a nossa greve continua e está cada vez mais forte, onde, segundo os dados da própria secretaria de educação, a greve atinge mais de 95 % da rede de ensino.

O nosso movimento grevista demonstra que a política educacional do Partido dos Traidores é a mesma dos outros, ou seja, defendem os interesses do sucateamento e da manutenção das péssimas condições de trabalho nas escolas. Esse fato nos demonstra que eleição é uma farsa e que só a luta dos trabalhadores pode mudar essa triste realidade.

Mais informações no blog: http://educacaogoiania.blogspot.com

VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO!

sábado, 12 de junho de 2010

Reproduzimos documento do MEPR sobre cortes nas verbas da educação pública

Governo Banco-Mundial/Lula anuncia corte de R$1 bi na Educação:


Magnatas_do_ensino_privado_de_nada_podem_reclamar Em plena euforia pela realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, e em meio a mais uma bilionária campanha eleitoral, o governo do oportunista-mor Luis Inácio anunciou mais um fato que desmascara bem a que serve exatamente o gerenciamento do velho Estado pela “esquerda oportunista”: o corte de mais 1,2 bilhão no orçamento do Ministério da Educação para 2010, tornado público em 31 de maio último.

Diga-se de passagem, inclusive, que este já é o segundo corte na pasta desde o início do ano: logo após a aprovação do Orçamento da União pelo Congresso Nacional o governo já havia anunciado redução em relação ao estabelecido –o tradicional contingenciamento. No total, o orçamento do Ministério da Educação será R$2,34 bilhões menor que o valor aprovado pelo Congresso. O ministro demagógico Fernando Haddad, um dos mais escolados demagogos deste gerenciamento oportunista, logo correu a dizer que isso em nada compromete seus “projetos”...De fato, se a intenção é radicalizar ainda mais a proliferação do ensino privado e o processo de sucateamento das instituições públicas de ensino, pode-se dizer que não há nada de novo no front.

Não é desnecessário dizer que enquanto o MEC foi atingido com um segundo corte de verbas outros Ministérios, digamos assim, “estratégicos” (do ponto de vista dos monopólios que governam o país, claro), viram ocorrer o inverso: um incremento em seus recursos. Foi esse o caso dos Ministérios do Turismo, da Agricultura e dos Esportes. É evidente que um mínimo de raciocínio lógico nos permite compreender o porquê: o Ministério do Turismo e o dos Esportes estão em profunda relação um com o outro, visto que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são as meninas dos olhos dos empreiteiros, especuladores e governantes de plantão, oportunidade singular que representam tanto de lucros fabulosos quanto de que se cometam as mais bárbaras atrocidades contra a população pobre das grandes cidades. E o Ministério da Agricultura que, todos sabem, é a casa-grande dos escravocratas de nosso tempo, aonde se conjugam os interesses da claque latifundiária de velho e de novo tipo que, aliás, segue representando o principal setor da pauta de exportação do capitalismo burocrático brasileiro.

O que é ainda mais criminoso é que, quase ao mesmo tempo em que anuncia com uma mão o corte de mais de R$ 2 bilhões na educação em menos de seis meses, o sr.Luis Inácio assinou com a outra a doação, na prática, de R$1 bilhão para os tubarões do ensino privado. O que ocorre é que no ano passado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (cuja função inicial seria financiar a indústria nacional e que se transformou no maior capitalizador dos principais monopólios imperialistas instalados no País) liberou uma linha de financiamento, no valor de R$1 bilhão, para as universidades privadas. Tal linha de financiamento, oferecida com juros bem abaixo daqueles estipulados pelo Banco Central (que são os mais altos do mundo), terá duração de cinco anos e, segundo matéria divulgada pela Folha de São Paulo em agosto de 2009, teria como objetivo “ajudar as instituições para diminuir os efeitos da crise econômica”. Tal linha de financiamento, pode-se dizer, é verdadeira doação, visto que o dinheiro poderá ser usado pelos tubarões do ensino privado da maneira como quiserem, inclusive para pagamento de dívidas anteriores.

Trocando em miúdos: o corte anunciado em maio último equivale exatamente à doação ao ensino privado anunciada em agosto de 2009. Pode algo ser mais escandaloso do que isso?

Sim, pode. É a traição da UNE e da quadrilha que a dirige, que é verdadeira tropa de choque das medidas adotadas pelo imperialismo contra o ensino público brasileiro, em todos os seus níveis. Ora, não estão eles abocanhando um belo quinhão das migalhas que caem das mesas daqueles a quem servem? E, diga-se de passagem, do próprio orçamento de que dispõe efetivamente o MEC grande parte não chega a ser utilizado no ensino público, perdendo-se na imensa máquina de licitações e corrupção que caracteriza o velho Estado brasileiro, ou sendo aplicada abertamente no ensino privado, como no caso do PROUNI.

É necessário entender que a tarefa urgente dos estudantes brasileiros é seguir em permanente mobilização, uma vez que é claro que o desmonte do ensino público é uma política de Estado, teleguiada desde a metrópole ianque. Sem uma permanente luta, contra o gerente de plantão e, ao mesmo tempo, contra o oportunismo de todo tipo, não será possível liberar as imensas energias da juventude brasileira, no sentido de empreender maiores e mais radicalizadas jornadas de luta. E sem luta, muita luta, afinal de contas, não será possível alterar os sombrios rumos projetados para as escolas e universidades públicas nos próximos anos.


ABAIXO A CONTRA-REFORMA DO BANCO-MUNDIAL!
PREPARAR A GREVE GERAL!
REBELAR-SE É JUSTO!